quinta-feira, 26 de maio de 2011

BDpress #262: LANÇAMENTOS NO VII FIBDBEJA'2011 (III): “O FADO ILUSTRADO” DE JORGE MIGUEL, JÁ FOI LANÇADO EM ABRIL, MAS SERÁ CERTAMENTE NOVIDADE EM BEJA.


Diário As Beiras, 21/05/2011
e também no blogue do escriba: Por um Punhado de Imagens

JORGE MIGUEL REGRESSA À BD 
COM “O FADO ILUSTRADO”

João Miguel Lameiras


Depois de uma estreia fulgurante com “Camões, De Vós não Conhecido nem Sonhado”, em 2008, Jorge Miguel regressa à Banda Desenhada com este “O Fado Ilustrado”, lançado pela Plátano Editora, no passado mês de Abril.

O livro, segundo trabalho em BD do pintor, ilustrador e desenhador publicitário nascido na Amadora, foi inicialmente pensado para sair em 2010, com o título “Res Pública”, aproveitando as comemorações do Centenário da República, mas acabou por sofrer alguns percalços, devido a desentendimentos entre o desenhador e a argumentista [Aida Teixeira] com quem trabalhou, que obrigaram Jorge Miguel a reformular a história. Assim, este “O Fado Ilustrado”, na prática é um outro álbum, mas que mantém o pano de fundo dos acontecimentos que levaram à queda da República, e encontra no quadro “O Fado”, de Malhoa, o fio condutor para esta história onde se cruzam Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, José Malhoa, Joshua Benoliel, e o Rei D. Carlos, com os membros da Carbonária, organização terrorista que tentou depor a monarquia à bomba, e o submundo de Alfama, onde nasceram grandes fadistas, como a Severa, ou Adelaide, “a órfã do fado”, personagem fictícia que vai ser a grande protagonista desta história, onde não faltam “piscadelas de olho”, ao leitor, como a presença do actor Vasco Santana no papel de taberneiro.

Misturando, de forma equilibrada, a História com as pequenas estórias e com a ficção, Jorge Miguel consegue um relato equilibrado e de leitura agradável, bem servido por um traço semi-caricatural, de grande eficácia, complementado por um bom sentido narrativo e de planificação, que mostram que estamos perante um autor que sabe perfeitamente contar uma história através da linguagem da Banda Desenhada.

Ao contrário do que aconteceu em “Camões…”, onde assegurou desenho e cor, desta vez Miguel entregou as cores nas mãos (e no computador) de João Amaral e, embora o resultado seja eficaz, depois de ver as pinturas que Jorge Miguel tem no seu site, confesso que gostaria de ver um álbum seu inteiramente realizado em cor directa.

Referência ainda para a capa do livro. uma capa pouco convencional, branca e com um arranjo gráfico de texto e imagens que simula um jornal da época, ou um número da revista “Ilustração Portuguesa” (incluindo um anúncio à Fábrica de Cerâmica das Caldas de Raphael Bordallo Pinheiro), com o texto das notícias a ser substituído por excertos de “Os Maias” de Eça de Queirós. Ou seja, uma capa diferente que, até por isso, não passará certamente despercebida nas prateleiras das livrarias.

“O Fado Ilustrado”, de Jorge Miguel, Plátano Editora, 48 pags, € 12,00





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Imagens da responsabilidade do Kuentro

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