domingo, 16 de junho de 2013

TERMINOU HOJE O IX FESTIVAL INTERNACIONAL DE BANDA DESENHADA DE BEJA 2013 – AS EXPOSIÇÕES NÃO FOTOGRAFADAS e... PAULO MONTEIRO EDITADO EM FRANÇA

TERMINOU HOJE
O IX FESTIVAL INTERNACIONAL
DE BANDA DESENHADA DE BEJA 2013

AS EXPOSIÇÕES NÃO FOTOGRAFADAS 
e...
PAULO MONTEIRO EDITADO EM FRANÇA 

Terminou hoje – às 20h00 – com um Encontro na Casa da Cultura de Beja –, o IX Festival Internacional de Banda Desenhada da Beja 2013!

Tal como tínhamos programado, aqui fica, no Kuentro, o último post sobre o IX FIBDBeja – 2013.

Fizemos 295 fotografias em Beja! No entanto houve exposições que não conseguimos fotografar – caso de PSICOSE, JOÃO SEQUEIRA E MIGUEL COSTA FERREIRA – uma vez que o Espaço “Os Infantes” estava encerrado quando por lá passámos e outras duas que, por azelhice nossa (a máquina ficou sem bateria e não demos por isso) ficaram com as fotos ilegíveis: a MOSTRA NA BEDETECA, com os originais de Carlos Rocha (do livro VAMOS APRENDER, com argumento de Aida Teixeira), de  ZAKARELA (de Jo Bonito, com argumento de Nuno Amado), de Hugo Teixeira (MAHOU – PERDIDOS NO TEMPO, com argumento de Vidazinha) e de OUTROS MUNDOS, de João Raz, além de HERÓIS DO BARRO (não encontrámos o espaço referenciado no programa, onde estaria esta exposição) e a dedicada aos PRÉMIOS PROFISSIONAIS DE BANDA DESENHADA.

Das exposições HERÓIS DO BARROPRÉMIOS PROFISSIONAIS DE BANDA DESENHADA e PSICOSE, DE JOÃO SEQUEIRA E MIGUEL COSTA FERREIRA ficam aqui os textos publicados no Splaft!, para quem não tiver conseguido arranjar o programa – a edição do Splaft! deste ano teve problemas na gráfica e a edição disponível foi limitada...

Mas não podemos terminar esta “reportagem” sobre o IX FIBDBeja 2013, sem uma nota referente ao próprio director do Festival: Paulo Monteiro! O seu livro O INFINITO AMOR QUE TE TENHO acabou de ter há poucos dias uma edição francesa, pela editora Six Pieds Sous Terre (L’AMOUR INFINI QUE J’AI POUR TOI), que se junta à edição polaca (NIESKONCZONA MILOSC KTÓRA DO CIEBIE CZUJE) e à inglesa (THE INFINITE LOVE I HAVE FOR YOU), da editora Blank Slate Books, e já agora, para a internacionalização do autor  ficar mais completa, a castelhana, das Edicions de Ponent (EL AMOR INFINITO QUE TE TENGO...) – que sairá no próximo dia 21 de Junho. Faltarão edições em russo, chinês, japonês e árabe para que Paulo Monteiro se torne o autor português de BD mais internacionalizado de sempre. Mas com a paciência e perseverança que lhe conhecemos, nunca se sabe... e, até agora, só com um único livro - é obra!

Aqui ficam as respectivas capas com um grande, grande abraço a Paulo Monteiro, com os nossos sinceros parabéns pelo sucesso do seu livro e um agradecimento (extensivo a toda a equipa) pelo excelente Festival que nos proporcionaram mais uma vez!!!

A edição francesa...

A capa da edição castelhana (a sair) e da polaca...


Vão ficando por aqui as programações mensais da Bedeteca de Beja, até ao próximo Festival.
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PRÉMIOS
PROFISSIONAIS DE BANDA DESENHADA
Nuno Amado
No Splaft!

Os PRÉMIOS PROFISSIONAIS DE BD (PPBD) foram criados em 2012 e estão a ser organizados por cinco pessoas ligadas à banda desenhada e ao jornalismo: André Oliveira, Inês Fonseca Santos, Maria José Pereira, Mário Freitas e Nuno Amado. A iniciativa tem como objectivo distinguir as melhores obras portuguesas de BD publicadas no nosso país no ano civil anterior àquele em que são atribuídos os prémios. Pretende ainda apresentar-se como uma montra e um motor permanente do que de melhor se faz na BD nacional.

Estes prémios não pretendem ser "mais uns prémios". Por isso, distinguem apenas obras de autores portugueses publicadas no nosso país, tendo a organização considerado como obras todas as edições publicadas às quais foi atribuído ISBN. Assim se garante a sua possível disponibilidade num circuito comercial alargado, o que, através da parceria que a organização estabeleceu com o IPLB, passará também pela presença das obras em feiras internacionais onde esta instituição de apoio ao livro participa (daí a designação dos prémios como profissionais).

A organização considerou ainda pertinente incluir categorias ausentes noutros prémios, como a cor, a legendagem, o design e também os Webcomics.

As obras nomeadas para a primeira ediçào dos PPBD foram seleccionadas por um Cirande Júri composto por 25 personalidades ligadas a esta área — de autores a investigadores, passando por jornalistas e divulgadores. Estiveram em análise mais de 30 obras publicadas em Portugal entre Janeiro e Dezembro de 2012.

De notar que os organizadores não votam, apenas fazem o controlo da votação. Com este método, a isenção e a transparência ficam garantidas.

Quanto ao Grande júri, pretendeu-se que fosse o mais abrangente possível, para que diferentes sensibilidades marcassem todo o processo: da selecção das obras à escolha dos vencedores em cada categoria.

O anúncio dos vencedores em cada categoria — Álbum do Ano; Argumentista do Ano; Desenhador do Ano; Colorista do Ano; Legendador do Ano; Design de Publicação do Ano; Antologia do Ano; WebComic do Ano - foi feito no dia 24 de Maio, no auditório da Torre do Tombo, em Lisboa.

No entanto, estes prémios não se esgotam neste anúncio, nesta escolha dos vencedores em cada categoria; são antes o ponto de partida para iniciativas a divulgar brevemente. É esse um dos propósitos dos PPBD: conferir uma segunda vida comercial ao que de melhor se fez na Banda Desenhada portuguesa com difusão nacional e internacional. Para isso, a organização conta com o apoio de várias entidades, como, por exemplo, a Direcção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. O Grande Júri que premiou as obras publicadas em 2012 foi composto por:

André Lima Araújo (autor de BD), Artur Correia (autor de BD), Carlos Pedro (autor de BD), Carlos Pessoa (jornalista), David Soares (escritor e argumentista de BD), Eurico de Barros (jornalista), Fernando Dordio (argumentista de BD), Filipe Homem Fonseca (argumentista e cineasta), João Miguel Lameiras (crítico e livreiro), João Miguel Tavares (jornalista), João Paiva Boléo (investigador), João Paulo Cotrim (investigador e argumentista), João Ramalho Santos (crítico), Jorge Coelho (artista de BD), Júlio Moreira (responsável de galeria), Manuel Espírito Santo (divulgador), Nuno Neves (divulgador), Nuno Saraiva (ilustrador e autor de BD), Osvaldo Medina (ilustrador e artista de BD), Paulo Monteiro (autor de BD e director do festival de Beja), Pedro Brito (ilustrador e autor de BD), Pedro Cleto (jornalista e crítico), Pedro Veiga Grilo (divulgador). Santos Costa (autor de BD), Sara Figueiredo Costa (crítico).
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HERÓIS DE BARRO
Ana Lopes
No Splaft!

O curso de Artes Plásticas e Multimédia é um dos seis cursos ministrados na Escola Superior de Educação, que pertence ao Instituto Politécnico de Beja.

Esta Licenciatura tem como meta fundamental a promoção de uma sólida formação científica e cultural assim como o desenvolvimento de competências técnicas e profissionais, numa perspectiva de aprendizagem ao longo da vida. O desafio da inovação, reside na capacidade de encontrar um equilíbrio entre a formação científica e cultural e a formação profissional, que permita ao estudante prosseguir a sua formação ao longo de níveis e percursos de estudos flexíveis, ou a sua integração válida no mundo do trabalho.

O curso de Artes Plásticas e Multimédia tem um plano de estudos com a duração prevista de três anos, passando por diversas disciplinas, práticas e teóricas, tais como Artes Digitais, Desenho, Informática, Atelier de Artes Plásticas, Fotografia e Vídeo, Ilustração, Design, Laboratório Multimédia, Cultura Visual, Animação 2D e 3D, Web Design, entre tantas outras.

A exposição "Heróis de Barro", resulta de um trabalho lecionado na unidade curricular de Atelier de Artes Plásticas III, uma disciplina do segundo ano do respectivo curso.

Desde que as novas tecnologias de animação de volumes digital/modelação 3D invadiram as salas de cinema, habituámo-nos a essa realidade. Atualmente são poucos os filmes em que a utilização da terceira dimensão realmente nos impressiona. Quando sabemos que alguma história, lenda ou conto vai ser adaptado para o cinema, quer seja em animação de volumes ou não, começamos logo a imaginar como será a materialização dos nossos heróis e vilões preferidos para o grande écran. Com certeza que ver a personagem de Garfield numa interpretação em 3D nos deixou com vontade de fazer uma leitura mais detalhada pelo modelo, e descobrir os detalhes que normalmente não vemos nas linhas e manchas de um livro de banda-desenhada — sendo "Garfield — O Filme" um dos mais conhecidos exemplos onde personagens de banda desenhada foram explorados a três dimensões.

Foi esta a essência que o enunciado executado na cadeira de Atelier de Artes Plásticas III procurou para a elaboração das esculturas de barro, criadas pelos alunos do segundo ano curso de Artes Plásticas e Multimédia do Instituto Politécnico de Beja. Redescobrir dentro do barro os personagens clássicos da BD, partindo dos desenhos clássicos e originais de cada Banda-desenhada, numa nova interpretação dos nossos heróis, ídolos, vilões e mascotes favoritos. Passar das simples linhas do desenho de quadradinhos, como no caso da BD de "Calvin & Hobbes", para volumes palpáveis. Nesta participação dos alunos do curso de APM do IPBeja no Festival Internacional de BD de Beja, poderá encontrar e apreciar algumas das peças criadas com personagens como Stormwomen, Nikopol, Astérix, Obélix, Odie, Garfield, Mafalda, Calvin, Hobbes, Joker, Senhora Marvel, Hellboy entre tantas outras.

Convidamo-lo(a) a visitar o antigo Posto de Turismo para apreciar estas peças e aproveite para relaxar e ler alguns dos livros de banda-desenhada que serviram de inspiração aos seus criadores.
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JOÃO SEQUEIRA
E
MIGUEL COSTA FERREIRA 
PSICOSE 
Pepedelrey 
No Splaft!

País cada vez mais medíocre, onde o Povo só valoriza e vangloria a ignorância e a estupidez, onde a mentira criminosa manipula mentes e vontades, a edição de Banda Desenhada é um suicídio repetido como necessidade de manter-se lúcido e activo. É um mentir a si próprio de que está a criar-se cultura, a fazer evoluir uma nação de ignorantes e analfabetos tementes aos actos de contrição, como se uma entidade divina nos punisse.

A coragem de escrever, de expressar o pensamento livre e depositar essas ideias nas mãos de quem as pode visualizar e comunicar mais facilmente ao leitor (correndo o risco de ver transfigurado e alterado o sentido primeiro dessa escrita), quem confia a outro alguém a tradução gráfica das intenções contidas em cada reflexão, palavra ou discurso, unindo-se assim de forma orgânica a palavra-fala com a imagem-fala, merece todo o respeito e admiração. O Psicose é um acto de amor entre a loucura das vidas contadas e o moldar, com a luz e a sombra, das formas físicas, dando o ritmo lento e poético dos cinzentos. O meu primeiro contacto com os originais da arte de João Sequeira aumentou a minha estima pelo que é belo. Estima essa que nestes últimos anos de um Portugal afundado, andava trémula. A BD nacional consegue o incrível: existe sem ter expressão nem força, sem sequer ser seja o que for. A BD nacional premeia-se pela vulgaridade e pela eterna alma labrega do sorriso falso, das amizades dignas de telenovelas venuzuelanas.

São estas pequenas pérolas de criação do Homem que tive a Honra de ter nas minhas mãos, de poder folhear e ler. A naturalidade da escrita-texto de Miguel Costa Ferreira, que me baralhou e re-baralhou, rematada pela escrita-imagem orgânica de João Sequeira, apaziguou a minha raiva contra toda a porcaria que me aparecia à frente e se autoproclamava BD.

Conheci os Autores numa Tertúlia em Lisboa e o primeiro pensamento foi: "Estranho... Sendo duas pessoas tão diferentes como será o trabalho conjunto que me querem mostrar?" Só existiam duas respostas e a óbvia é agora apresentada pelo livro, enquanto objecto, enquanto qualidade de edição. João Sequeira e Miguel Costa Ferreira são Aurores de uma arte que em nada se revê na generalidade das edições de BD nacionais. O Psicose é, na minha vontade enquanto editor, a resposta e a limpeza às cinzas por aí editadas. É um livro cuja leitura deve ser vista não como uma banal novela mas sim como uma brilhante união das duas expressões Humanas básicas. A escrita dos sentimentos de pessoas-personagens em palavras e frases sentidas e pensadas traduz-se em perfeita harmonia com as manchas da cor, branco-preto-cinzento, num lirismo umas vezes duro e rude e outras delicodoce do esvoaçar dos pombos, perante os olhares da vida e as rugas de quem descansa sentado num banco de jardim.

Algo que me encantou bastante foi observar que rodo o texto, toda a legendagem, foi escrita à mão, integrando-se primorosamente na imagem e dando a sua quota parte à grande dimensão plástica e à delicadeza da moldagem das imagens de João Sequeira.

O texto, a imagem e a legendagem num só corpo de poesia e beleza.


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