sexta-feira, 15 de agosto de 2014

BDpress #426: PENINHA – O PATO MAIS DISPARATADO DA FAMÍLIA DISNEY – CELEBRA 50 ANOS ESTOUVADOS


O PATO MAIS DISPARATADO
DA FAMÍLIA DISNEY
CELEBRA 50 ANOS ESTOUVADOS
E NASCEU PARA ATORMENTAR
O PRIMO DONALD

Jornal de Noticias, 2/Ago/2014
F. Cleto e Pina

Há 50 anos, os leitores da revista "Topolino #453" descobriam um novo pato Disney. Chamado Paperoga naquela versão italiana, é conhecido em Portugal como Peninha. E vive para aterrorizar o primo Donald.

Curiosamente, essa banda desenhada, apesar de estreada em Itália, era uma criação dos Estúdios Disney norte-americanos, mais exactamente do argumentista Dick Kinney (1917-1985) e do desenhador AI Hubbard (1915-1984), responsáveis igualmente pela criação de Urtigão ou do Agente 00-Duck.

O Peninha original, aliás, Fethry Duck, apresentava algumas diferenças em relação ao que conhecemos hoje: já usava a camisola comprida com a risca negra a meio, mas na altura não era amarela, como nos habituámos a ver: na versão italiana, surgia vermelha, embora na primeira publicação americana fosse lilás; o gorro combinava com ela, mas debaixo dele aparecia urna farta cabeleira desgrenhada e não os actuais poucos fios de cabelo.

O seu caráter era igualmente díspar: adepto da cultura beat e de ioga, não deixava antever ainda o herói contemporâneo, distraído, trapalhão e cheio de boas (?) ideias com maus resultados, embora já conseguisse exasperar o seu primo Donald, já de si propenso a explodir.

Não inocentemente, essa história inaugural chamava- se "The health nut" ("Fome para fortalecer na tradução brasileira que chegou a Portugal pouco mais de um ano depois) e nela a súbita chegada de Peninha, com estranhos hábitos alimentares, alterava completamente a pacata rotina de Donald.

Os leitores gostaram da personagem e rapidamente foram criadas novas histórias, muitas delas com assinatura dos estúdios Disney no Brasil. Dentro da tradicional estrutura das narrativas aos quadradinhos Disney, Peninha conquistou uma namorada, Glória, quase tão aluada como ele, e um sobrinho, Biquinho, muito traquinas.

Durante muito tempo colega de Donald como repórteres do jornal "A Patada" propriedade do tio milionário, Patinhas, nos anos 80, chegou a presidente da Câmara de Patópolis, tendo rapidamente levado a que o caos se apoderasse dela.

Nas histórias italianas, mais recentes, incluídas nas revistas "Disney" actualmente editadas em Portugal, também faz dupla com o primo, mas agora como agente secreto ao serviço da P.I.A. (Patinhas Inteligence Agency), sob as identidades de Me-Se 12 e Qua-Qua 7.

Mas, 50 anos depois, com Peninha como agente secreto, jornalista, autor de BD ou, ainda, bombeiro, guia turístico, canalizador e passeador de cães – outras das muitas profissões que ele já desempenhou –, podemos ter certeza de uma coisa: onde ele surgir, a confusão vai instalar-se e, se estivermos deste lado do papel, vamos ter diversão pela certa. Algo que o pobre Donald raramente experimenta!


VÁRIOS HERÓIS QUE VENCIAM NO RISO

As características do Peninha, propensas para despertar o riso, rapidamente levaram à criação, nos estúdios brasileiros, de diversos alter-egos, o mais famoso dos quais o Morcego Vermelho. Nascido em 1973, é um super-herói trapalhão, cujo esconderijo é uma lata de lixo e que utiliza para combater o crime diversos artefactos criados pelo professor Pardal, como o pula-pula-morcego, a corda-morcego ou a mota-morcego. Pena das Selvas, uma sátira a Tarzan, e Pena Kid, um cowboy que cavalga num cavalo... de pau, foram duas outras versões do pato distraído. Curiosamente, as aventuras dos dois são criadas pelo próprio Peninha, enquanto autor das bandas desenhadas publicadas no jornal "A Patada". Pena das CavernasPena Rubra, o vicking, Pena das Arábias ou Pena Submarino foram outras versões que, no entanto, tiveram menor êxito.

F.C.P.


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